Criadores cobram mais apoio de governos à ovinocaprinocultura

Foto: Bia Medeiros

Texto: Divulgação

Durante audiência pública realizada pela Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) na manhã desta segunda-feira (26/06), criadores da ovinocaprinocultura cobraram mais incentivo por parte dos governos, como crédito, assistência técnica e tecnologia.

O deputado De Assis Diniz (PT), requerente do debate, frisou que o Ceará tem “vocação” para a atividade, mas que carece de profissionalização e “cooperativismo para que essas culturas sejam elevadas a um novo padrão”. “Vemos isso em estados vizinhos, como a Paraíba, que profissionalizou a forma de fazer o manejo e a sanidade da criação, então os diversos órgãos envolvidos devem caminhar juntos buscando soluções  a médio e longo prazo,  no sentido de superar diversos gargalos”, refletiu.

Uma das principais críticas levantadas pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, é a falta de diálogo do Governo Estadual com o agronegócio. De acordo com ele, uma câmara setorial foi instalada há alguns anos com o objetivo de ressoar as demandas do setor, mas cujos trabalhos não prosseguiram por falta de diálogo com o Governo do Estado. 

“Camilo Santana, quando governador, não teve a sensibilidade de dialogar com a categoria e reconhecer as demandas de um setor que, talvez, seja o que tem mais pessoas envolvidas. Só no primeiro trabalho que realizamos com essa câmara setorial contamos com mais de 100 mil produtores. É um número que não se pode ignorar”, disse.

Ele também cobrou um maior apoio da Embrapa e a realização de pesquisas cujos resultados realmente cheguem nas mãos dos produtores e criadores. 

Foto: Bia Medeiros

Outro ponto levantado pelo presidente do SindiLaticínios e representante da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) foi a respeito da valorização dos produtos cearenses e sua comercialização. Antunes Mota, que é produtor de queijo de cabra, ressaltou as dificuldades em emplacar o gênero nos supermercados e fazer frente aos produtos importados. 

Ele também alegou uma “questão cultural” quanto ao consumo do leite de cabra e seus derivados no Ceará. “São poucos produtores, e os consumidores quase não existem. Então vejo a  necessidade de uma campanha de divulgação desses produtos nos supermercados, onde for, no sentido de apresentar seus benefícios e chamar a atenção para sua qualidade, que geralmente é superior à do leite de vaca”, afirmou.

Representando a Cooperativa Central das Áreas de Reforma Agrária (CCA-CE) e o Movimento Sem-Terra (MST), o criador Antônio José também apontou a necessidade de qualificação dos produtores e criadores, assim como a necessidade de assistência técnica. Ele, que vive em um sistema cooperativista localizado no sertão de Amontada com outras 656 famílias, observou que a produção da rede cresceu a partir do acompanhamento da assistência técnica, sendo este um dos gargalos enfrentados pelos trabalhadores.  

A audiência pública seguiu com a participação dos deputados Marcos Sobreira (PDT) e Simão Pedro (PSD) e de representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Embrapa, Sebrae, Departamento de Ciências Agrárias da UFC, Associação dos Criadores da Região do Iguatu (Acri), CoopriVale Jaguaretama e outras associações de produtores e criadores de todo o Ceará. 

Fonte da Matéria:https://www.al.ce.gov.br

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