HUC se destaca no tratamento de doenças hematológicas e dispõe de cuidado integral a pacientes com leucemia
Natássya Cybelly – Ascom HUC – Texto e fotos

Yan Nobre faz tratamento contra leucemia no HUC. Paciente está internado para realizar ciclo de quimioterapia
O Hospital Universitário do Ceará (HUC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), tem atendimento especializado para o tratamento de câncer hematológico (que ataca as células do sangue). No HUC, os pacientes onco-hematológicos contam com equipe multiprofissional que realiza o acompanhamento desde o diagnóstico até as etapas finais do tratamento.
Aos 18 anos, o estudante Yan Nobre recebeu o diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda, um tipo de câncer que atinge a medula óssea e compromete os glóbulos brancos (células essenciais para a defesa do organismo). A notícia chegou em um período de fragilidade. Poucos meses antes, Yan havia perdido a mãe. “Foi impactante para mim porque eu já estava em um momento tão difícil e agora ainda tinha que encarar mais essa. Foi um baque”, relembra.
O jovem iniciou o tratamento no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), também da Rede Sesa, e passou a ser acompanhado no HUC com a implantação do serviço de hematologia. A continuidade do cuidado com o mesmo hematologista garantiu segurança e confiança durante o processo. Internado mensalmente para sessões de quimioterapia que duram de 15 a 20 dias, Yan completa o último ciclo do tratamento intensivo. Ele conta que, apesar das dificuldades, encontrou no hospital uma rede de apoio. “Os médicos são muito atenciosos. A gente acaba criando um laço familiar porque é muito tempo junto. Claro que ninguém quer estar em um hospital, mas quando a equipe traz conversa, brincadeiras e mensagens positivas, isso dá força. Sei que vou até sentir saudade das amizades que construí aqui”, disse.
Após os ciclos de quimioterapia intravenosa, Yan seguirá em acompanhamento ambulatorial, com consultas, exames e uso de quimioterapia oral. O tratamento de manutenção pode durar cerca de três anos. Com olhar lançado para o futuro, o jovem projeta uma vida cheia de sonhos para realizar. “Penso em terminar meus estudos, que no momento estão interrompidos pela doença, fazer uma faculdade de música. Penso em viver da música porque gosto de criar letras, fazer acorde, juntar notas, então tenho muitas coisas para conquistar e realizar”, conta.

“Tenho muitas coisas para conquistar e realizar”, conta Yan
O coordenador do serviço de hematologia do HUC, o hematologista Germison Lopes, explica que a leucemia tem um tratamento prolongado e exige acompanhamento individualizado. Em alguns casos, a internação é necessária. “A maioria dos pacientes precisa de cuidados intensivos, transfusões e internação hospitalar devido à queda da imunidade. Por causa da necessidade de cuidados contínuos, temos a internação hospitalar”, detalha.
Yan tem um tipo de leucemia considerada aguda, mas com o tratamento é possível chegar a cura. Na maioria dos casos, a doença é tratada com quimioterapia e transplante de medula óssea. “Após o controle inicial da doença, quando chegamos ao período de remissão, podemos realizar o transplante de medula óssea para evitar a recidiva da doença, mas existem pessoas que se curam sem a necessidade do transplante. Cada caso é avaliado considerando o tipo, subtipo, estágio da doença e as características de cada paciente”, explica o hematologista Germison Lopes.
Com a indicação para o transplante de medula óssea, o rapaz está registrado no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), e seus familiares próximos também estão sendo avaliados como possíveis doadores.
HUC é referência no tratamento onco-hematológico

Centro de Infusão do HUC, onde os pacientes recebem assistência
O Hospital Universitário do Ceará atende pacientes com doenças hematológicas como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo e outras doenças graves do sangue. A implantação do serviço de hematologia ampliou a capacidade de atendimento e o número de profissionais. A equipe multiprofissional inclui hematologistas, enfermeiros oncologistas, psicólogos, técnicos de enfermagem, nutricionistas e farmacêuticos.
“Antes da plena atuação do HUC nessa área, havia uma demanda reprimida por atendimento em onco-hematologia. Com a criação do serviço, estruturamos a assistência para oferecer à população um centro de excelência, reunindo profissionais especializados, tecnologia de ponta e estrutura completa. Isso garante mais efetividade no diagnóstico, tratamento e amplia as chances de sobrevida que tem mais acesso à saúde pública”, explica o hematologista, Germison Lopes.
O HUC dispõe de atendimento desde a primeira consulta até o acompanhamento multiprofissional. O serviço inclui consultas com especialistas, exames de imagem, tratamento de quimioterapia no Centro de Infusão (com 18 poltronas/leitos), além de procedimentos essenciais para diagnóstico, como biópsia e aspirado de medula óssea.
A enfermaria conta com 18 leitos para internações complexas e suporte contínuo. O atendimento integrado garante que o paciente receba toda a assistência necessária para o tratamento de forma segura e humanizada.
Setor de quimioterapia do HUC atende pacientes oncológicos
Entenda mais sobre a leucemia
A leucemia é um câncer que afeta o sangue e a medula óssea, onde são produzidas as células sanguíneas. A doença provoca a multiplicação rápida de glóbulos brancos anormais, prejudicando a produção de células saudáveis e causando anemia, infecções e sangramentos. Existem diferentes tipos de leucemias, algumas agudas e outras crônicas, com tratamentos que variam de quimioterapia a transplante de medula óssea.
Em casos em que há necessidade de transplante, os pacientes têm, em média, 25% de chance de encontrar um doador compatível entre irmãos. Quando não há um doador compatível na família, a chance de encontrar uma medula compatível na população em geral pode chegar a uma em cada cem mil habitantes. Daí a importância do cadastro de doadores voluntários de medula óssea.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), equipamento da Rede Sesa, é responsável pelo cadastro de doadores de medula óssea no Ceará. Desde o ano 2000, quando iniciou esse trabalho, já foram incluídas cerca de 240 mil pessoas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Para ser um doador de medula óssea é necessário se cadastrar. Basta ter entre 18 e 35 anos e não apresentar histórico pessoal de doenças oncológicas, apresentar um documento de identidade e telefones para contato. O voluntário preencherá uma ficha com dados pessoais e terá coletada uma amostra de 5 ml de sangue. Pessoas já cadastradas devem ficar atentas para o caso de serem convocadas. Se houver mudança de endereço e/ou de contato, é importante atualizar os dados em qualquer unidade do Hemoce ou no aplicativo do Redome.
Fonte:https://www.ceara.gov.br/